Um manifesto pelos paralelepípedos das cidades de Minas.
Quando liguei para Caetano Cury pedindo uma ilustração para nossa 1ª camiseta do movimento em favor dos paralelepípedos das ruas de Guaxupé, ele me perguntou, desconfiado: Mas os paralelepípedos correm algum risco iminente? Ele não foi o único a formular esta questão. Então, acredito que valha a pena detalhar os motivos que levaram a Associação Artístico-cultural Viralatas do Samba a levantar esta bandeira. Como presidente da mesma, fui alvo de outro comentário: Você só entra em barca furada, imagine, esse tipo de calçamento está em desuso até em Ouro Preto (!).
Então, se você está inseguro quanto à importância da sua adesão ao abaixo assinado que será iniciado dia 23, na EXPOMARIA, leia algumas verdades irrefutáveis:
1. A maioria das ruas de paralelepípedos de Guaxupé tem 70 anos ou mais, faz parte da nossa história e deve ser preservada como patrimônio histórico (tombada pelo CMPH). Até o momento, isto não vem acontecendo.
Trecho retirado da Minha História de Ítala Prósperi, 93, publicada em agosto de 2008: Itinha nasceu na Travessa João Cruvinel, número 1, onde hoje funcionam vários comércios: “A construção ainda conserva, no alto, o barrado original.” A rua era de terra. Lembra do mestre-de-obras, baixinho e gordinho, que exigia um serviço perfeito dos calceteiros, “Eles martelavam cada pedra pra ficar bem firme. Não é como hoje em dia, que eles tiram dez e recolocam apenas cinco, deixando o serviço mal-feito”.
2. As ruas de pedras são uma característica fundamental das cidades interioranas e, consequentemente, um grande atrativo turístico, tanto por seu aspecto poético quanto pelo sentimento nostálgico que despertam.
3. As pedras permitem a capilaridade do solo, ou seja, a água da chuva é absorvida, retornando ao lençol freático e evitando possíveis alagamentos e enchentes.
4. Uma rua de paralelepípedos absorve menos calor e com o passar do tempo desempenha funções importantes para o meio ambiente como o aparecimento de fungos e gramíneas entre as pedras.
5. Os paralelepípedos têm durabilidade muito maior que o asfalto e com menor necessidade de manutenção, ou seja, ganham também no quesito economia.
Em Guaxupé, nossas ruas e avenidas estão com pedras soltas em vários trechos devido a obras realizadas sem mão de obra adequada, como reforma das tubulações de esgoto pela Copasa, inserção de cabos de telefonia e internet, etc. Todas essas empresas, incluindo a Prefeitura Municipal, devem assumir um compromisso público de manter a QUALIDADE do calçamento, tanto de obras futuras quanto daquelas já realizadas, restaurando o aspecto original.
Vale a pena ler o texto escrito pelo jornalista Silvio Reis, publicado no Correio Sudoeste: www.correiosudoeste.com.br
Outra colega, Silvinha Matos de Sá, já defendeu esta causa várias vezes no site de notícias www.guaxupehoje.com.br
Outro interessante:
Chega de demolir São Paulo
Acredito que os possíveis incômodos causados por paralelepípedos possam ser contornados com boa vontade e sabedoria. Por exemplo, com faixas para pedestres asfaltadas, indicação de velocidade máxima perto de cruzamentos problemáticos, entre outras ações inteligentes.
Participe, você também, do movimento poético-cultural "Conservem a pedra no meio do caminho / No meio do caminho conservem a pedra". Na EXPOMARIA serão vendidas algumas camisetas com o cartum criado pelo publicitário Caetano Cury, que brilhantemente poetizou nossa causa parodiando o grande Drummond.
Texto da jornalista Sheila Saad. Leia mais aqui: http://www.papodeviralata.com/2011/07/conservem-pedra-no-meio-do-caminho.html
Saudades e frustração em relação ao movimento em prol dos paralelepípedos. Mas que o projeto todo foi muito bacana, foi! Parabéns por ter feito bonito a sua parte, Caetano. Beijos!
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